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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A tragédia ao longo da história Literária

Olá meus caros leitores, novamente passei algum tempo sem falar com vocês. Desculpem-me, como sempre ando correndo, correndo e correndo... Agradeço Gugu K. pelo site que me enviou diante do meu último post que falava sobre a não publicação de meu primeiro livro. Foi de grande valia e com alegria informo-lhes que o projeto do livro ainda está em pé... Cambaleando, mas em pé, ou seja, ainda resta esperanças!
Mas hoje vim lhes falar a respeito de uma nova linha de estudos que eu estou pesquisando! Todos sabem que eu gosto muito do livro O morro dos ventos uivantes e por este motivo resolvi pesquisar sobre gênero, raça e sobre a tragédia para melhor compreender este livro e fazer algum artigo a respeito para uma apresentação na faculdade. Acabei por descobrir que analisar este livro não é uma tarefa fácil, pois você pode ter inúmeros caminhos a seguir. Diante desta magnífica obra de Emily Brontë, posso lhes dizer que se pode analisá-lo de várias formas, em várias vertentes, por exemplo. você pode analisar a tradução do livro, visto que ele teve mais de 7 traduções para o nosso idioma (o português), você pode analisar o uso dialetológico, já que a Emily descreveu com perfeição um falante do dialeto de Yorkshire sem ter nenhum estudo aprofundado de dialetologia, você pode analisar gênero, pode analisar os conflitos das gerações, pode analisar raça, pode analisar a tragédia, e é este o meu foco, o trágico.
Este livro é tão complexo e tão magnífico que nos dá "N"  opções de linha de estudo e eu decidi estudar o trágico, mas ao começar minhas pesquisas a respeito do trágico, compreendi que não se pode entender o trágico sem compreender a tragédia. Sim a tragédia grega, aquela que Aristóteles descreveu em sua Poética... Por isso, vou falar um pouquinho para vocês sobre o que era a tragédia, fazendo comparações, mas deixo bem claro que ainda estou iniciando os meus estudos, portanto, posso cometer equívocos!
(fragmento de minha fundamentação teórica)

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Aristóteles foi o primeiro a realizar uma análise sistemática dos dois gêneros literários gregos considerados mais importantes na antiguidade que é a epopeia e a tragédia em seu texto a Poética, porém uma filosofia do trágico só surgiu na metade do século XVIII na Alemanha.
“A noção de trágico transcende a qualquer noção de forma, é um conceito que não se limitou à tragédia enquanto gênero literário.” (DIAS, sn). Enquanto o trágico tem sua presença marcada por causa do que se faz sentir pelos seus efeitos, a tragédia é um gênero teatral que teve sua origem na Grécia por volta de VI a.C. Ela, basicamente, narra fatos acontecidos em uma família nobre, pois a tragédia é referente à classe nobre da sociedade. Sua ação é apresentada geralmente em versos e segundo Nietzsche, a origem da tragédia antiga é a poesia lírica e o seu destaque é o sofrimento do herói.
O trágico como ideia de condições de vida é anterior a tragédia, e não é gratuito que tenha se popularizado ao longo dos séculos como sinônimo de sofrimento, dor, desespero, morte e desvio de caráter; por isso relevando tais considerações, podemos compreender a tragédia como gênero literário e objeto de estudo dos teóricos, e o trágico como princípio filosófico sendo objeto de investigações dos filósofos do pensamento ocidental. (DIAS, sd)
Para melhor compreendermos o trágico, é necessário conhecer a tragédia, pois ela não se originou de nenhuma forma anterior, mas é relevante considerar a transformação espiritual que a Grécia era palco naquela época. Neste período, Atenas era a cidade grega que mais prosperava e assim ocorreu o apogeu cultural, mas era um momento histórico de muita complexidade cultural, política e social onde o povo enfrentou inúmeras guerras e uma transição de valores crucial, onde houve a descrença nos deuses, a transferência de fidelidade e compromissos dos indivíduos do clã para a pólis e o surgimento do movimento sofista. Tais fatores eram considerados desafios notáveis que o povo teve de enfrentar, contribuindo, assim, para o surgimento do palco ideal ao nascimento da tragédia.
A tragédia era de caráter popular e os autores sabiam que suas obras eram influentes, pois os homens da época eram seres políticos e sabiam analisar os fatos representados em cada peça. Eram realizadas em grandes estádios, o mais famoso que é de nosso conhecimento é o Coliseu, e isso possibilitava a presença de quase toda a população. Porém, com o desenvolvimento crescente, foi se tornando um teatro destinado à corte e à nobreza. O povo encontrava nos heróis, os seus ideais e no coro, os seus representantes, por isso a função e o papel que os autores desempenhavam na sociedade helênica eram de suma importância, sendo considerados os autores, muitas vezes, mais significativos do que os chefes políticos, principalmente pelo impacto que suas criações causavam na formação da opinião pública, propagando a cultura e influenciando o imaginário social da época.
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até a próxima meus caros, e eu espero poder falar mais a respeito deste tema, assim que eu realizar estudos mais aprofundados.

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